A colheita do milho para silagem já iniciou no município e produtores podem solicitar auxílio da Prefeitura, que oferece maquinário operado por profissionais capacitados.

Constantemente preocupados em produzir alimentos saudáveis e de maior proveito para os rebanhos, particularmente no período seco do ano, época em que as pastagens naturais tornam-se mais precárias, muitos pecuaristas têm aumentado a utilização da silagem. Em Taquari, precisamente na localidade interiorana de Amoras, a história não é diferente.

Segundo a Agência Embrapa de Informação Tecnológica (Ageitec), embora existam várias plantas forrageiras que servem para a produção de silagem, o milho é uma das culturas mais utilizadas pelos agricultores por apresentar um bom rendimento de matéria verde. Outras vantagens são o baixo custo operacional de produção e a boa aceitabilidade por parte dos animais.

Esses dados se comprovam à medida que entramos na propriedade do produtor Arildo Cardoso Reis, de 50 anos. Há 19 residindo em Amoras, ele administra uma extensa área plantada contando com a colaboração da esposa, cuidando pessoalmente de cada pedaço de terra com muito zelo. Na quinta-feira, dia 28 de janeiro, o secretário da Agricultura, Romacir Martins, visitou o agricultor para conferir a silagem do milho cultivado, em processo feito por profissionais da Prefeitura. De perto, Romacir acompanhou o trabalho de colheita realizado pelas máquinas fornecidas pela administração municipal.

Conforme conta Arildo, o alimento é utilizado para sustentar o gado criado em sua propriedade. “Faço a silagem há três anos e, sem a ajuda da Prefeitura, seria praticamente impossível arcar com os gastos”, afirmou. O produtor ainda destacou a significativa economia que o serviço vem rendendo a seu orçamento. “Melhor impossível. Isso me facilita bastante. Se fosse pagar uma empresa particular para fazer tudo, gastaria além do que posso, algo que ultrapassaria a quantia de mil reais”, revela Arildo.

De acordo com Romacir, a silagem de milho de alta qualidade tem sido muito utilizada por produtores de gado de corte e leite, pois tem proporcionado o aumento da rentabilidade. “Os gastos com a nutrição do rebanho podem representar de 50 a 70% dos custos totais, portanto, nada mais coerente em se investir em alimentos produzidos na terra do produtor. É importante salientar que essa proposta de empréstimo de máquinas por parte do Poder Público não vale somente para um ou dois, mas para todos os agricultores de Taquari. Quem tiver interesse deve procurar a Secretaria da Agricultura e encaminhar seu pedido”, ressalta o secretário.

A pasta atende no subsolo do Centro Administrativo da Prefeitura Municipal, ao lado da sala onde funciona a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar). O expediente vai de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h na parte da manhã, e das 13h30min às 16h30min à tarde.

Safra anima os gaúchos

No sul do Brasil, a expectativa é coletar entre 4,5 milhões e 5 milhões de toneladas de milho entre os meses de janeiro e fevereiro, de uma área de aproximadamente 850 mil hectares. Pelo menos é o que a Associação dos Produtores de Milho do Estado (Apromilho-RS) e a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abamilho) estimam. A projeção das entidades está em sintonia com o que é esperado pela Emater do Rio Grande do Sul, que calcula a produção no Estado em 4,79 milhões de toneladas.

Entenda o processo de silagem

A colheita é feita com máquinas específicas de ensilar, que cortam a planta em pedaços entre um e dois centímetros. O corte facilita a compactação do material dentro do silo, e de quebra aumenta a área de exposição dos carboidratos solúveis, facilitando a ação dos micro-organismos fermentadores.

Após sua colheita e picagem, a planta do milho não deverá ficar exposta ao ar por muito tempo, pois servirá de substrato para bactérias e poderá sofrer fermentações indesejáveis, comprometendo o valor nutritivo do material ensilado. A retirada do oxigênio de dentro do silo é de fundamental importância para que ocorra a fermentação ácido-lática. Ela é feita com a ajuda de tratores, que compacta o material no momento em que ele é colocado dentro do silo.

Depois do processo de ensilagem, é necessário que o silo seja vedado para impedir a entrada de oxigênio. A colocação de lonas plásticas é o método mais prático e econômico utilizado pelos pecuaristas. Nas bordas dos silos são feitas pequenas valetas para impedir a entrada de água. Além disso, também se coloca terra sobre a lona para protegê-la do sol e evitar a formação de bolsas de ar entre ela e a silagem. Quando necessário, o silo deve ser cercado com arame para evitar a entrada de animais.

Na prática, uma boa silagem de milho é caracterizada por possuir uma textura firme, coloração clara com tons variando entre o amarelo e o verde claro, um leve cheiro de vinagre e ausência de mofos. Uma silagem bem feita é sempre garantia de consumo satisfatório.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Data de publicação: 03/02/2016

Créditos: Juliano Kern

Créditos das Fotos: Juliano Kern

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