Aproximadamente vinte apicultores estão analisando a possibilidade de fazer uso da estrutura do local, utilizando inclusive as máquinas disponíveis, tudo com suporte financeiro e assistencial da Prefeitura, através da Secretaria da Agricultura,

Uma nova alternativa para a fabricação e o cultivo do mel pode nascer em Taquari. Nas terras onde há décadas está instalada a sede da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) – Centro de Pesquisas Emílio Schenk, antiga Estação Experimental, um grupo de aproximadamente vinte apicultores está analisando a possibilidade de fazer uso da estrutura do local, utilizando inclusive as máquinas disponíveis, tudo com suporte financeiro e assistencial da Prefeitura, através da Secretaria da Agricultura, e também do Estado.

A visita à Fepagro, no interior do município, aconteceu no final da manhã da última terça-feira, dia 8 de dezembro. Liderado pelo secretário da Agricultura, Romacir Martins, o encontro reuniu profissionais do ramo da apicultura, o técnico em pesquisa agropecuária do Centro de Pesquisa Emílio Schenk 1º Distrito Fonte Grande, Alexandre Freitas Vianna, e o diretor, Caio Efrom. Os representantes da fundação apresentaram à comitiva o lugar em que o processo de confecção do mel era feito em outras épocas, e deixaram os apicultores a par das condições estruturais da construção que abrigava a produção do material.

Segundo Romacir, a partir dessa primeira visita e da posição dos interessados, a Prefeitura deve entrar em ação para angariar verbas, juntamente com a pasta de Agricultura. “Se houver o interesse deles, vamos nos reunir posteriormente com o prefeito Maneco (Emanuel Hassen de Jesus) e levar até ele a proposta para buscar os recursos necessários. Como todo local que se encontra parado há tempos, a área precisa de alguns ajustes, limpeza, e ainda ver se está adequada”, explica o secretário.

Paulo da Silva Lopes, de 50 anos, trabalha há quase 30 no ramo. É natural de Taquari, mas vive em Santa Catarina e costumeiramente realiza o transporte das abelhas da cidade até o Estado vizinho, e vice-versa. “Eu vendo para os exportadores, e a média de saída por ano é de cerca de 130 tambores de mel”, afirma. Ele aposta na união das autoridades municipais e estaduais para que a iniciativa obtenha sucesso. “Hoje o local está praticamente abandonado, então, se conseguirmos arrumar as instalações, com certeza será um grande ganho para todos. Vamos nos reunir e pensar sobre o assunto”, conta o apicultor, que esteve na Fepagro acompanhado pelo companheiro de profissão Angelo Lopes de Souza Filho.

De acordo com o diretor da unidade taquariense, Caio Efrom, alguns ajustes ainda precisam ser feitos no local, e um estudo junto ao diretor administrativo da Fepagro em Porto Alegre fornecerá mais informações acerca das condições de uso do espaço. “Após a posição dos apicultores, podemos analisar, em Porto Alegre, com o nosso diretor administrativo, as chances de abrir essa oportunidade a eles. As máquinas são antigas; a mais velha é do ano de 1940, mas ainda funciona. De qualquer forma, vamos entrar em contato com a sede em Porto Alegre e iniciar as conversas, pois tudo passa por lá”, detalha.

Conforme Alexandre, apesar de uma das dificuldades do Centro de Pesquisas ser a mão de obra, a fundação está se organizando para sanar o problema na medida do possível. “Nossa prioridade, atualmente, é a parte da pesquisa. Então, vamos fazendo aos poucos as outras coisas que são secundárias aos olhos da direção. Nós, inclusive, já estávamos programando limpar essa área de produção de mel, com a aproximação do rigor do verão. Vamos continuar conversando com o secretário Romacir, para que as partes se ajudem, tanto nós da Fepagro quanto o Poder Público e os apicultores. Acredito que uma mão lava a outra”, pontua.

Já castigadas pela força do tempo, a “Casa do Mel” e a “Casa da Cera”, cujas paredes descascadas nos remetem aos áureos tempos de funcionamento da Estação Experimental, foram expoentes e referências na atividade apícola no passado. O pioneiro da apicultura nacional, sob a alcunha de “Pai das Abelhas”, foi o alemão Frederico Augusto Hanemann, nascido no Reino da Saxônia, em 1819. Ele veio, com outros imigrantes alemães, para colonizar São Leopoldo, mas se tornou o primeiro imigrante apicultor a chegar ao país com o firme propósito de se dedicar à criação de abelhas, em 1853.

Porém, o sul do Brasil também se destacou, devido à contribuição de outros personagens, entre eles a família Schenk que, na década de 1900, instalou um grande apiário em Taquari, até hoje considerado um dos mais significativos para a apicultura gaúcha.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Data de publicação: 12/12/2015

Créditos: Juliano Kern

Créditos das Fotos: Juliano Kern

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